segunda-feira, 13 de julho de 2009

VAMOS BRINDAR?

A quê? E é preciso dizer a quê? Brindar, isto é, tocar com os copos uns nos outros antes de começar a entorna e dizer coisas como tchim-tchim, à nossa, à minha, à cerveja, boa-boa, eh-eh, e outras expressões idiomáticas adequadas ao ritual e à circunstância.
Isto é a maneira de eu me safar a uma explicação das razões do brinde. Que ele não há razões por aí à toa para estar contente a ponto de encher os copos e bater com eles uns nos outros. Aconteceu. Juntei-me com os meus tios e primos a propósito do aniversário da tia Clorinda e abancámos numa caracolada na Tasca do Jorge. Estou sempre a falar em comer, não é? Pois. De que é que querem que eu fale? Do Jackson, do Cristiano, da gripe, da alta ladroagem? Disso falam todos os jornais, TV's, rádios, blogs, twiters, pessoas bem informadas, pessoas não informadas, eu sei lá... Eu procuro falar do que entendo (ou julgo entender). Pois foi uma tarde bem passada, sim senhores. Com alguns senãos, bem entendido, que a crise de valores faz-se sentir mesmo na tasca do Jorge. Um dos putos não parava de abanar como o falecido e queria calçar uma luva branca. Se não fosse a mão despachada da tia Clorinda, tínhamos barracada, tínhamos. A tia estava contente porque afinal já não vai para o lay-off. Apenas lhe diminuiram duzentos euros no ordenado. Para começar... Como ela ganhava setecentos, até não há crise. O tio tem aquela tara pelo futebol e acha que o Ronaldo devia ser presidente do conselho da europa. E dá os seus palpites. Que ele é muito amigo da família, que as miúdas votam todas nele, que para as fintas nunca houve quem lhe chegasse aos tornozelos, que tem muito jeito para falar estrangeiro, sei lá que mais. É uma seca quando começa nisto. Caladinho, sossegadinho, o meu primito mais novo, o Juca, que esteve sempre a jogar no tele qualquer coisa de última geração. Só falou para dizer, com grande oportunidade: quando é que a gente se vamos embora? A tia emendou logo: se vamos, não! se vai! E para o deixar envergonhado: Por isso é que só tiveste um quatro a português. Tás a ver?
Fazendo o ponto da situação: foi uma tarde diferente, a cerveja estava bem viva, os caracóis bem mortos, e a conversa nem baixou muito de nível, como eu cheguei a recear.
E os senhores têm passado bem? Não se esqueçam de espirrar ou tossir para o braço, com ou sem manga. E, por favor, deixem-se de dar o bracinho, mesmo que a paixão esquente, que virus é virus e ainda ninguém disse quais são as suas (dele) verdadeiras intenções.
Até breve!!

16 comentários:

Maria disse...

Eu hoje brindo à cerveja fresquinha e ao belo caracol! Pronto.

até breve, Dona Tela

A Lusitânia disse...

que venham sim, as cervejas frescas!

M. disse...

Fez muito bem em não revelar a quê que brindaram pois o que importa é a espuma do Tempo.

A Lusitânia disse...

tb gosto da imagem que me faz pensar do mar ...

poetaeusou . . . disse...

*
é festa,
festa seja,
,
e a Tia Clorinda, merece ?
melhor ainda,
parabens á Tia Clorinda,
sem caracóis, se possivel ...
,
conchinhas coloridas,
envio,
,
*

alex campos disse...

Então brindemos!!!!!

Táxi Pluvioso disse...

Baixa de vencimento é sempre motivo para brindar com champanhe e línguas de gato.

E também para que o Cronaldo não apanhe gripe ( a dele não é A, é CR) e as camisolas fiquem na prateleira.

Justine disse...

Mas que família encantadora tem a Senhora, Dona Tela! Posso um dia destes dar aí um saltinho, à tasca? Pra brindarmos! A quê? Por exemplo, ao novo visual, fresquinho e líquido, do seu "canto"...
Abracinhos:))

Ana Oliveira disse...

Caidinha aqui por acaso (mesmo acreditando que nada acontece por acaso), li toda a pagina de um folego, sorri, ate ri alto (o que deixou o cao a olhar-me de focinho arrepiado) e nao posso deixar de lhe agradecer ter posto este pedaco de bom humor no meu dia.

Um beijo

Ana

São disse...

Brindo ao seu sentido de humor!

Fique bem.

Graça Pires disse...

Também brindo...
Um beijo.

Manuel Veiga disse...

"procuro falar do que entendo!..."

ó Donatela, mas isso é promessa eleitoral, ou quê?!...

a minha amiga fale, fale, fale pelos cotovelos. fale sempre...

que a falar a gente se entende...

brindo, pois claro! que tristezas não pagam dívidas...

beijinhos (desalinhados rss)

JOSÉ RIBEIRO MARTO disse...

Dona tela , aqui a coisa mudou de figura! E mudou bué da bem !
Foi uma surpresa agradável !
Imagine, a dona tela que não gosto de caracóis , e não é que já gostei ... Agora não gosto ... Não sei explicar !
Mas, neste momento bebia uma cervejinha ... Vou ver o que é que há ...
Os meus cumprimentos , viva a tasca do jorge
________ JRMARTO

Arábica disse...

Não revele, Telinha, não revele, deixe-nos assim sem perceber bem porquê nos havemos de entornar no brinde e no caracol!
Afinal, terá de haver uma razão?
Não bastará estarmos ainda todos por cá? Sem espirros ou antivirais que nos consumam a vontade de brindar?
Olhe, eu brindo-a de manhã cedo, (que deitar cedo e cedo erguer sempre foi uma máxima minha), com uma caneca de café, acabadinho de fazer!

:)) Viva o caracol assim sendo!

Brijinhos

Alberto Oliveira disse...

... as minhas intenções para com o virus são as mais honestas. Se ele assim o entender e eu quiser, casamo-nos. Se não, juntamo-nos ... todos na tasca do Jorge e brindamos até a noite se confundir com a alvorada e os meus gatos correrem atrás da passarada.

Maria Eglantina
(Professora de concertina)

Afranio do Amaral disse...

Sou Afranio do Amaral, e morro e renasço para seguir fugindo de mim.
Cumprimentos.