sexta-feira, 12 de junho de 2009

Terei um alter-ego?

Estão a ver esta foto? Assim como quem não quer a coisa, o que eu venho dizer é que me tenho sentido com este aspecto. Os senhores são pessoas de alto QI, mas eu gosto de explicar tudo. Descobri esta escultura pós-moderna quando espreitava ao portão do jardim de uns senhores que só conheço de vista e ainda nunca de ouvido. Se eles, por ironia do destino, vierem aqui ao Fora de Sítio, ainda me pregam uma de infracção dos sagrados direitos de autor e protecção da imagem e devassa de propriedade, nem que tenha sido só com o canhãozito da minha câmara pobretanas comprada numa promoção dum supermercado onde cheguei passavam dez minutos das cinco da matina e já lá havia uma molhada de presuntos compradores. Mas consegui. Lá diz o meu Pai: quem porfia sempre alcança. Foi assim que eu aprendi, mais ou menos, o que quer dizer porfiar. Mas voltando à tartaruga. Como eu a compreendo quando declara sentir-se empedernida!! Pois, coitada. Deslocar aquele corpito ao longo de muitas décadas, a maior parte do tempo em areias escaldantes, mal podendo levantar a cabeça que as cervicais não andam grande coisa, como é que se pode sentir um ser vivo mais ou menos humano? Nem de cócoras. De rastos, na verdadeira acepção do vocábulo. É assim que me sinto desde que fui votar. Que fui, sim senhores, exercer o meu pleno direito de cidadania. E depois? Depois tudo na mesma. Que isto afinal não tinha nada a ver com o sermos ou não mal ou bem governados, que isto é só Europa, que anda aí uma grande confusão, que depois em Outubro é que vai ser com a gente cá de casa, que as nossas desgraceiras têm a ver é com a globalização que no caso da gripe malvada não se chama globalização mas pandemia. Como é que eu me hei-de sentir senão uma tartaruga EMPEDERNIDA, incapaz de enunciar as premissas de qualquer silogismo quanto mais de chegar a uma solução confortável para a minha triste carapaça?
Mas porque é que eu havia de ter fotografado a escultura? Os senhores já ouviram falar em alter-ego? Não me digam que arranjei um. Era só o que me faltava agora...

14 comentários:

Conversa Inútil de Roderick disse...

Mas uma tartaruga? E de pedra????

WOLKENGEDANKEN disse...

Nao, nao, nao, dona Tela, o seu alter ego e com certeza uma criatura muito mais alegre e vital que uma tartaruga e ainda por cima um exemplar empedernido :))

Anônimo disse...

Olá
Lá está ela,a tartaruga,impávida e serena,queda e muda,tadinha falta-lhe uma patita e a cauda (foi do ponto de vista da "emboscada e clandestina" fotógrafa que podia ter feito um pedido formal aos donos da "mansão"para fixar a imagem no cartão (que giro,antigamente era na película,modernices)

Sra Dona Tela, não se senta assim empedrenida e que quando lhe apetecer passar de novo pela "mansão",é só falar comigo,que sou tu cá tu lá com os proprietários e sempre será possivel meter uma cunha para um livre acesso ao local e quem sabe se a Sra. Dona Tela não encontra lá outros motivos de interesse,é só olhar .....
Noite Feliz
J.A

Justine disse...

Srª Dona Tela, a senhora nem sabe a sorte que tem em conseguir esta magnífica proeza de saber rir das próprias desgraças! E pôr-nos a rir também!
Quanto ao alter-ego, eu diria que é alguém com alma de poeta:))

Anônimo disse...

D. Tela:
A Senhora anda a mangar com a gente! E pensa que somos uns pacóvios... Se já ouvimos falar em alter? Claro, até já lá fui. Tem um endireita que cura qualquer osso fora do sítio; e além do endireita, tem também muitos cavalos lusitanos. Muito educados, por sinal... Quem dera os humanos terem aquele trato fino.
Adia

Graça Pires disse...

Como quem ri da tristeza...
Um beijo.

Maria P. disse...

Dona Tela,
alter-ego não conheço, mas Alter do Chão sim, conhece?

Até mais...

Rosa dos Ventos disse...

Todos temos um alter-ego!
Os políticos têm vários que é para se poderem desdobrar ainda mais! :-))

Abraço

Rosa dos Ventos disse...

Eu também conheço Alter do Chão e os seus famosos cavalos que pelos vistos andam muito abatidos. É que os cavalos também se abatem! :-))

Desculpa Telinha estar para aqui a responde à Maria P....

Abraço

Manuel Veiga disse...

deixe lá, dona Tela. quanto mais "empedernida" melhor - escorregam na carapaça e não lhe tiram o humor... que ainda não paga imposto.

... nem o prazer da escrita. que compartilhamos com a minha boa amiga.

beijo

~pi disse...

então alteregou-se

em pedra

dona tela!!?

veja lá

[ eu nem sei se há médicos pra isso!!! ai...

] deixo-lhe desejos de erosão

rápida e indolor :)




e beijinhos

luis lourenço disse...

Telinha!

esse alter-ego será recomendável para si? a ter que tenha.experimente a lagosta que é pacífica e induz bons sabores...risos. Não se deixe baralhar.

beijinho,

Véu de Maya

Arábica disse...

Eu não as fotografo, sinto-me uma. ;))

Chame-me a menina o que queiser.


:) Beijinhos, Telinha.

M. disse...

Poderá estar a sentir-se empedernida mas de olho vivo e atento lá debaixo da carapaça.