Ando com pouca inspiração

Ontem o dia esteve mais simpático. Com boas abertas e ligeira subida de temperatura. Vento fraco de noroeste, gelo nas terras altas, arrefecimento nocturno, ondulação de sudoeste na costa atlântica, na ordem dos 2 a 3m. Muito suportável, para quem como eu vive aqui a meio do mapa, bem chegadinha ao lado esquerdo. Fui dar uma volta. É muito raro o Z. convidar-me seja para o que for, mas desta vez, nem quero saber porquê, resolveu-se. Queres ir até Belém comer um pastelito? Aí vou eu. É só pegar na mala e enfiar o kispo, antes que ele se arrependa. E não é que foi uma tarde muito fixe? Há quanto tempo eu não comia um bolo daqueles, ainda quentinho e estaladiço. Um não, TRÊS! E ele pagou e, desta vez, nem se esqueceu da carteira nem nada. Depois fomos caminhar um bocado à beirinha do Tejo e eu aproveitei para lhe tirar umas fotografias. Ali o podem ver, à direita, armado em rei dos pipe-lines. Julgavam que eu ia contar uma aventura muito divertida e assim? Não, meus amigos, a mim não me acontece nada de importante. Não publico livros nem pelo Natal, não faço viagens nem à costa vicentina, não tive nenhum desgosto de amor assim muito grande, AINDA não perdi o emprego... O meu nome é que é a coisa mais especial que eu tenho. Ideias da minha mãe que gosta de nomes esquisitos. Isto cá na família é assim. O meu tio é o Dom Mitílio. Era giro que pusessem Dom Doca à minha primita que vai nascer lá para o fim do ano. Mas que conversa de xaxa esta! dirão os senhores. É que a verve não é fruto de um acaso, mas de um trabalho aturado em torno do cogito e do logos e quiçá de muito ethos que lhes proporcione funcionalidade e bom desempenho.

Por hoje fecho o estaminé e desejo a todos que sejam muito bem avaliados lá nos vossos empregos. E já agora dou um conselho: levem uns pastelinhos de Belém para adoçar a boca aos vossos avaliadores. Quem sabe se resulta! ...