Conseguem perceber o que está aqui fotografado? Se não, talvez fazendo clic vejam melhor. Porque é que eu trouxe esta foto? Olhem, nem eu sei bem porquê. Não fui eu quem a tirou, nem faço a mais pequena ideia onde fica isto. O certo é que estive muito tempo a pensar naquela janela lá nas alturas ao pé do céu azulinho. Na janela propriamente dito, não. Em alguém que não se vê, por trás dos vidros. E podia ser eu, que às vezes dá-me assim para a solidão. Não, eu não disse tristeza. Isso é outra ordem de ideias. Aquela solidão em que a gente se sente levezinha e não pensa em aspiradores, nem em unhas de gel, nem na porcaria do emprego, nem no martírio dos transportes, nem na falta do money, nem nesta falta de ar que às vezes me apanha pelas goelas. Um espectáculo, digo eu, um espectáculo espectacular! A Tela, livre como um passarito, a ver as pessoas cá em baixo muito pequeninas, armadas em espertas a tirarem fotografias lá para cima, todas inclinadas para trás, a recuar, a avançar, e os carros a passarem rente e alguém de dentro a gritar muito delicadamente: Ó palerma, queres ficar mal no retrato, queres...
Até me deu para fazer um verso
Como eu gostava de estar
numa manhã de verão
ali tão perto céu
e abrir de par em par
a janela que é o véu
onde escondo o coração
Viram, viram? Quase certinho e tudo rimar, sem vírgulas nem pontos como agora se usa.
UM ESPECTÁCULO!!!
Notem bem: Sou muito modesta, mas às vezes deixo-me de auto-comiserações e trato de melhorar a minha auto-estima que assim mandam os muitos psico-especialistas que oiço e vejo na televisão.
16 comentários:
*
como gostava de estar
na janela que avisto
ás alturas não resisto
pois no mundo sideral
sou um satélite orbital
e como sou comodista
quero ser mais um especialista
que vai á televisão papaguear
,
maresias
,
*
dona tela,devo dizer-lhe que não me surpreendeu, pois sempre adivinhei em si uma veia poética.
marradinhas
Quem sei por onde hei-de começar os meus cumprimentos: se pelo seu bom gosto na escolha de locais para refúgios solitários, se pela sua profunda reflexão socio-filosófica, se pelos seus eméritos dotes poéticos.
Enfim, dada a minha confusão, os meus cumprimentos generalizados!
Telinha!
Com este espectáculo de fotografia ligado à inspiração de uma sextilha poética com toda a rima e métrica...no vão da janela solitária,fora com com a tristeza,
perto [do] céu-tão inspirada, tenho a certeza que já não trabalhas na agricultura e que já regressaste de vez do Afeganistão...
carinhosamente rss
A Tela é branca pode dar-se a colorir e... o espectáculo continua na cor...
beijinhos e bom fim semana nas nuvens
Eu subscrevo o que disse a Justine!
Cumprimentos
Perante tanta poesia
mesmo´de solidão mesclada,
não há aspirador que resista,
na casa tão bem murada...
E até as unhas de gel
se roem de inveja pura
rasga-se o sabugo, na pele,
ai Telinha...tão natura!!
:))
Também eu gostaria de estar nessa janela a ver a contemplar a paisagem. Deve ser uma pisagem linda para reflectir.
Donatela,
naquela janela virada pró mar
não me importava de me sentar
sem aspiradores e unhas de gel
com boa música e muito mel...
Será que esta coisa das rimas se pega???
O post está realmente um ESPECTÁCULO, a meu ver um único senão:a musiquinha!
Então Telinha é campo ou praia???
Sugestão: o som do mar e o canto das gaivotas!
Então seria PERFEITO!!!!
uma Tela onde pinta com as palavras...
Sinta-se então "levezinha" e voe...nas asas do vento...ao encontro das realidades sonhadas...e faça o favor de ser feliz...
ai dona tela perco-me aqui nos seus predicados.
( vou do perfil às letras,,,
bem mas hoje a minha grande dúvida é se também há unhas de gel
para os pés!! :) há!!?
~
que bom foi ver-te ao Luar
Saiu-lhe mesmo bem o poema. A fotografia é linda.
Um beijo.
Ó dona tela, um espectáculo é a senhora! Com tantos méritos aqui demonstrados, também faz poesia... :) Bem, fiquei pasmada!!!
ó dona Tela, confesso que não imaginava assim "pombinha" a supirar solidões. tipo "pezinho de salsa"... murcha!
mas admiro muito seu talento poético. vai uma desagarrada?
BEIJOS
Rio-me sempre a abanar a cabeça, por aqui... Ora para a esquerda e para a direita, como quem diz: "Esta senhora não existe!", ora para cima e para baixo: "Muito bem"! ;-)
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